A Arábia naquele período estava dividida em três áreas de influência. O norte vivia sob a sombra de dois grandes impérios, o Bizâncio cristão e a Pérsia zoroastrina, impérios em guerra perpétua tão equiparada que um não conseguia vitória definitiva sobre o outro. Nas sombras desses poderes viviam os árabes da região norte com alianças divididas e inconstantes
O sul era a terra dos perfumes árabes, chamada pelos romanos de “Arábia Félix.” (atualmente Iêmen e região sul da Arábia Saudita). Era uma propriedade desejável. A conversão do governante etíope, o Negus, ao Cristianismo levou seu país à aliança com Bizâncio, e foi com a aprovação bizantina que os etíopes tomaram posse desse território fértil no início do século sexto. Antes de sua ruína nas mãos de um conquistador implacável, entretanto, os habitantes do sul tinham aberto os desertos da Arábia central ao comércio, introduzindo certa organização à vida dos beduínos que serviam como guias para suas caravanas e estabeleceram postos de comércio nos oásis.
Se o símbolo daquele povo sedentário era a árvore de olíbano, o da zona árida era a tamareira; de um lado o luxo do perfume, do outro o alimento necessário. Ninguém poderia ter considerado o Hijaz – ‘onde nenhum pássaro canta e nenhuma grama cresce’ – de acordo com um poeta sulista – uma propriedade desejável. As tribos do Hijaz nunca tinham experimentado conquista ou opressão; nunca tinham sido obrigadas a chamar de ‘senhor’ nenhum homem.